quarta-feira, 8 de abril de 2015

Distante

Por entre a solidão da noite vagueio na companhia, solitária, da música que me entra pelos ouvidos.
Música calma, uma voz doce a falar de amor e de saudade. Saudade de ter amor, saudade de não o ter. Complexas ideias transpiram daquela voz.
O refrão, como que o grilo do pinoquio, sempre a reforçar a mesma ideia, o mesmo destino.
A voz suave e doce contagia os sonhos de quem a ouve. Eles se tornam livres do pensamento e saiem a voar para fora do ser enquanto o mesmo os vê a tomar vida mesmo à sua frente.
É uma festa para os sentidos, mesmo para aqueles mais afetados e diminuídos com as marcas do tempo. Até esses ganham vida e voltam a sentir.
O quê? Não sei!! Apenas sei que é uma sensação de uma dimensão superior.

Boa noite

domingo, 4 de janeiro de 2015

Vazio

Existem momentos na vida que nos mostram o quão insignificantes somos. Não quer dizer que o já não soubéssemos, mas estes momentos revelam e apontam em nós os nossos maiores vazios e as nossas maiores fraquezas.
Quando menos esperamos eles surgem de um nevoeiro sombrio e atingem-nos com toda a força. Tanta, que nos deita ao chão e nos carrega com uma tonelada a fim de não nos levantarmos tão depressa.
É duro, é triste, será inevitável? Talvez sim.
Nem sempre podemos sorrir ao olhar o sol que paira sobre nós, nem sempre podemos ser felizes como se não houvesse amanhã.
Todos os momentos em que fomos felizes, muitas vezes à custa de alguém um dia, teremos de os pagar um dia. Quem diz um dia, diz um mês, um ano ou mais. O que importa é que posamos, ao longo da vida, aprender com os nossos erros e acreditar que o sol nasce todas as manhãs mesmo que o não vejamos.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O início do fim


Para muitos parecerá, certamente, um título carregado de um teor negativo, carregado de um sentimento de inutilidade e de perca de auto-confiança. Pasmem-se pois não terá nada a ver com isso, antes pelo contrário. 
Para mim, e que exporei neste breve texto, o início do fim nada mais será que o recomeçar de novo.
O fim de algo não somos nós que o determinamos. Surge-nos como algo que não poderemos rejeitar, algo que estava predestinado a ser assim.
Como a maioria dos  finais, de algo que existe previamente, este meu fim também foi, é e será algo profundamente debilitante. Debilitante ao ponto de nos destruir por dentro.
Porém todos os fins são, de certa forma, o início de algo novo. É aí que devemos concentrar as atenções, no novo início bem como na nova oportunidade que nos é dada.
Ao termos a consciência que algo de novo vai surgir apenas temos de aproveitar todos os momentos iniciais para que o seu percurso de construção seja equilibrado, robusto e uma mais valia para nós e para os que nos rodeiam.
Deixar para trás tempos passados será um erro, direi eu, pois que para trás ficam aprendizagens muito boas, sentimentos únicos e experiências que jamais voltarão nos moldes em que existiram.
Dar um passo em frente, dar um passo que nos leve ao limite, ao abismo, ao fim de nós mesmos não é, nunca foi e jamais será um ato de cobardia. É, sim, uma maneira que muito boa gente usa para ter um novo começo, uma nova vida. Uma nova vida rica em novas situações e experiências. Uma nova vida em que usaremos todo o conhecimento que temos de vidas anteriores, ou de tempos anteriores, como preferirem.
Não à que ter medo de pôr o pé junto do abismo quando o que está atrás de nós é um abismo ainda maior. Um abismo absoluto sem hipótese, alguma, de ser superado. Sem hipótese alguma de ter uma nova luz, um caminho que não seja o da destruição.
Muitos dirão - que bonito é brincar com as palavras - . Aceito. Brincar com as palavras é bonito, mas a junção das mesmas transforma sentimentos, pensamentos, experiências, emoções, e tanto mais, em texto. Um texto apelativo que tem como intenção cativar quem lê de forma a que a mensagem que escorre no mais íntimo de nós passe a fronteira do eu e surja na esfera do leitor.

A todos deixo aqui os meus votos de um Ano Novo carregado de sucessos, amor, paz e sobretudo de vontade de dar o passo em frente.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Vida

Vida... Que dás e tiras
Vida... Que colocas e retiras
Sem olhos nem coração tudo geres a teu bom sabor.
Sem perguntar nem avisar baralhas e dás de novo.
E a quem dás resta apenas ver as cartas que lhe calham e tentar fazer a melhor jogada.
Nem sempre a melhor mão nos apresentas, mas temos que ser inteligentes e fazer do mau bom.
Que jogo viciado este? Que jogo sem escrúpulos nos obrigas a jogar?
Temos de aprender o mau para que possamos atingir o bom.
Sentir as cartas na mão é sentir os dias que surgem e desvanecem ao nosso olhar.
Eles passam e desaparecem como uma cartada nas mãos do jogador.
Jogar na vida é o que nos propões. Certo? Assim será. Que vença o melhor.
E tu Vida vais assistir de camarote a este jogo por ti definido. O que pensas tu? Que vença o melhor?
Quem sabe?.....

Boa noite

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Vida

Será que a vida vivida é aquela que nos cabe?
Diria, será que a vida que nos entra pela porta não se enganou na morada?
Diria antes, será que a vida que vivemos é muito mais do que a nossa própria vida?
Quem não sentiu já que nada tem a ver com aquilo que vive, com aquilo que lhe surge, com aquilo com que é obrigado a debater-se?
Quem não sentiu já que tudo em que acredita não encaixa no puzzle da vida que vive? Vive porque sua parece, por que sua lhe aparece, porque sua tudo lhe faz crer que é, e assim a vive pois assim a vê e acredita que deve vivê-la.
Mas será mesmo assim?
Direi, não sei. Acredito que certas peças da vida vivida encaixam, sem dúvida, na nossa vida. Mas, acredito também, que outras só surgem para baralhar, para mostrar e demonstrar que tudo o que vivemos nem sempre é nosso.
Será, então, ilusão toda a vida que nos entra pela porta e que tão serenamente deixamos que se sente ao nosso lado?
Digo, não sei. O que sei é que a vida não se pode desperdiçar, mas questiono, qual vida? A nossa? Aquela que parece mas não é nossa? A que sublimemente se faz de nossa mas nunca o será?
Digo, não sei. Digo, ainda, não sei agora mas sabe-lo-ei pois farei por isso. Viverei aquilo que compreender que me pretence e certamente o puzzle da vida tomará nova forma, mais completo, complexo, mas com sentido.
Digo ainda que alguém saberá. Quem não sei.

Boa noite

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Amor

Amor, palavra profunda com tantos significados e sentidos  quantos o coração do Homem. Conseguir abarcar.
Temos amor por isto, por aquilo, por este e por aquele, por esta aquela. O amor é amizade, é sentimento puro sentido por algo, por alguém. Assim defino o amor.
Eu amo a família, as pessoas, as flores, os animais.... E se mais me apetecesse mais amava pois ninguém está proibindo de amar.
Amar da maneira que bem entender pois amar apenas significa sentir amor, ternura, paixão, mais ou menos profunda, mais ou menos dolorosa.
Amar é bom, faz com que nos mantenhamos vivos. Faz com que o coração palpite e o corpo trema, suores frios apareçam e tudo seja um suspiro.
Há amores diferentes, sentidos de diversas maneiras. Não temos só que amar algo ou alguém. Em lado nenhum está escrito tal adversidade. O nosso coração é livre de amar tal como a nossa cabeça de pensar, refletir e decidir em qualquer altura da vida. Seja ela boa ou menos boa, o que importa é que pensemos e que não deixêmos a vida passar-nos a perna e fazer-nos cair.
Amar é bom, pensar é bomba. Amar pensando é bom demais, assim vivemos.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Castelo de cartas

A vida é uma castelo de cartas, viciadas, de um jogo desconhecido. Como desconhecido que é torna-se imprevisto e impreciso.
Cartas velhas dobradas nas pontas de difícil equilíbrio. Ponta aqui, ponta ali tenta-se equilibrar o inevitável, o desmoronamento do castelo.
Cartas viciadas, marcadas pelos dedos do tempo conhecidas de todos mas sem importância para ninguém.
Cartas, pragmaticamente, colocadas, ajeitadas dias e dias sem fim que de um momento para o outro sem nada esperar voam com o vento que não sopra, vento que vai entrando pelas janelas fechadas da vida.
Vida viciada, pragmaticamente vivida que trai quem a vive e que avisa de que nada vale de nada neste todo trocado e atabalhoado amontoado de atos a que chamamos, ironicamente, viver.

Boa noite